A jogada perfeita: Como a Ultra ajudou a Gabi Nunes a garantir vaga na Copa do Mundo

Gabi Nunes, atacante da seleção brasileira, quinta maior artilheira da história do Brasileirão, multicampeã pelo Corinthians (até mês passado era a maior artilheira da história do time), atualmente jogando pelo Madrid CFF, numa das 5 maiores ligas do mundo.

Tudo perfeito, né? Na verdade não. Quando a Gabi procurou a Ultra, apesar de ter participado de todas as 19 partidas do Madrid CFF até então, ela havia sido titular em apenas 12 (63%), com uma média de 54 minutos por partida. Eram 7 gols e 3 assistências, números razoáveis, mas ela queria mais. Ela podia e merecia mais.

Mas afinal, o que estava acontecendo? Primeiro de tudo, o modelo de jogo não ajudava a Gabi a usar o que ela tem de melhor. A Gabi é uma centroavante muito inteligente, capaz de oferecer apoios frontais e progressivos, ou seja, de “colar a zagueira nas costas” pra fazer um pivô ou baixar pro espaço entre linhas pra ajudar na armação do time; isso funciona muito bem quando o modelo de jogo em organização ofensiva é mais apoiado, ou seja, usa mais trocas de passes curtos e médios pra chegar ao gol.

O problema? O Madrid CFF adotou um estilo bem mais direto, com passes longos pras jogadoras de ataque disputarem corrida com as zagueiras; com isso, a Gabi perdeu espaço pra zambiana Racheal Kundananji, uma das atacantes mais rápidas do mundo, que chegou nesta temporada ao Madrid CFF. E estava dando certo, o time passou o campeonato inteiro na parte de cima da tabela. Só não estava dando muito certo pra Gabi Nunes.

Mas o que ela poderia fazer? Tentar correr mais do que uma das jogadoras mais rápidas do mundo não parecia muito inteligente. E tem outra: futebol não é só saber correr, é usar a inteligência pra ocupar os melhores espaços e, com a bola no pé, usar a habilidade pra resolver os problemas do jogo. Inteligência e habilidade a Gabi tem de sobra, tudo de que ela precisava era de um bom plano.

Foi aí que entrou o método Ultra: analisamos o modelo de jogo e as características individuais da Gabi, e identificamos o que ela poderia fazer de diferente. Pra ter certeza de que estávamos no caminho certo, eu falei com o treinador do Madrid CFF, Victor Martin, o Viti. Aliás, Viti, se você estiver lendo isto, muito obrigado pela parceria e por valorizar o nosso trabalho. O Viti disse o que esperava da Gabi dentro do modelo de jogo e concordou com o nosso plano.

E qual era o plano? Basicamente, eram dois comportamentos novos que ela precisava desenvolver. O primeiro tinha a ver com a ocupação dos espaços: em vez de ocupar o mesmo corredor da defensora, ela precisava buscar o espaço entre as defensoras, o que a gente chama de “janela”. Assim, quando fosse oferecer a linha de passe, ela sempre teria a opção de girar e encontrar um corredor livre pra atacar a profundidade.

Gabi Nunes em jogo Brasil x Canadá
Gabi Nunes contra o Canadá, recebendo a bola no mesmo corredor da defensora, apesar do espaço ("janela") entre as duas defensoras.

Mas e se ela não precisasse nem girar? Aí entrou o segundo comportamento: em vez de ficar perfilada de frente pra bola e de costas pro gol adversário, e se ela adotasse um perfilamento lateral, em que pudesse ver a bola e o espaço em profundidade, e conseguisse começar a corrida assim que a companheira mostrasse a intenção de passe?

Gabi Nunes em ação pelo Brasil contra a Noruega
Gabi Nunes se perfila de frente para a bola e de costas para o gol.

Se a gente conseguisse desenvolver esses dois comportamentos, a Gabi se tornaria uma ameaça dupla: além da centroavante mortal que ela sempre foi, ela também seria muito útil quando jogasse em times que usam esse passe longo para construir com mais velocidade. Isso se aplicava não só ao Madrid, mas também à seleção brasileira quando jogava contra adversários mais fortes, como EUA, Canadá, Inglaterra e Alemanha.

Eu apresentei esse plano pra Gabi e ela topou na hora. E todo o mérito é dela e das comissões técnicas, tanto do Madrid CFF quanto da seleção brasileira, que fizeram a parte mais dura do trabalho. Jogo após jogo, os dois comportamentos começaram a aparecer.

Mas óbvio que me deu um frio na barriga. O que tava em jogo não era brincadeira: se desse certo, a Gabi ganharia cada vez mais minutos no clube e na seleção, participaria de mais chances de gol, e iria pra Copa do Mundo. Se desse errado, ela esquentaria o banco no clube e a convocação pra Copa estaria muito ameaçada.

Mas deu certo. Jogo após jogo, os comportamentos foram aparecendo. A Gabi se tornou uma dupla ameaça: capaz de oferecer opções pro time tanto num jogo mais apoiado, com mais trocas de passes curtos, quanto num jogo mais direto, com mais lançamentos em profundidade.

Nos 13 jogos seguintes pelo Madrid CFF, ela realizou 20 ações que criaram chutes, sendo 13 passes para finalização. Foram 14 finalizações, das quais 8 foram no alvo. Ela marcou mais 2 gols e deu 2 assistências. Pela seleção, ela foi fundamental no lance do gol de empate na Finalíssima contra a Inglaterra e deu a assistência pro gol da Tamires contra a Alemanha.

E, é claro, o mais importante: vai pra Copa do Mundo. E a Ultra estará junto com ela, estudando as adversárias e entregando o relatório pré-jogo, e fazendo a sessão de análise depois de cada um dos sete jogos, até a final no dia 20 de agosto, quando, se tudo der certo (vai dar!), vamos colocar a primeira estrela na nossa camisa!

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